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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O seu pastor não é o seu pai. Você não deve ser uma criança!


O seu pastor não é o seu pai.
 Você não deve ser uma criança!


A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus. [Jesus Cristo em Mateus 23.9]


Muito tempo passou para que eu entendesse essa frase de Jesus Cristo. Como assim? Eu não posso chamar o meu pai de pai? Seria isso? Até que um dia li a maravilhosa interpretação de Jonh Stott sobre o texto. Ora, Jesus na verdade estava condenando o paternalismo. É bom lembrar que o contexto da frase é um sermão contra os fariseus.

A igreja não interpretou a máxima de Cristo literalmente (I Co 4.15; Fp 2.22 e I Jo 2. 1, 13, 14) e, também, não houve tendências fortes na história da Igreja contra a palavra “pai” ou “mestre”. Seria um grave erro ler esse texto literalmente, pois perderíamos a essência daquilo que Cristo de fato está condenando: o paternalismo, ou seja, a liderança que infantiliza e a membresia que se deixa infantilizar.

O paternalismo é defino pelo dicionário Houaiss como “sistema, princípio ou prática de dirigir pessoas, negócios ou nações de forma paternal”, ou seja, é a infantilização de indivíduos consensualmente entregues a lideres que querem determinar os passos e a vida dos liderados. Como um pai cuido do seu pequeno filho dependente e inseguro, o filho “espiritual” acaba igualmente dependente. Mas a criança um dia cresce, enquanto que muita criança “espiritual” é eternamente presa no paternalismo.

O líder cristão deve ensinar princípios, mas não dirigir vidas. O líder cristão, por exemplo, deve ensinar os princípios de um casamento cristão, mas não deve tentar dirigir com palpites o casamento de um casal de sua igreja. O aconselhamento não é o mesmo que intervenção na vida alheia. O líder precisa de discernimento para não misturar as coisas. Aconselhar é necessário. Determinar é abominável. Ensinar valores é essencial, mas mandar qual rota deve ser seguida é totalitário.

A insegurança é uma posição de conforto

“Eu posso fazer isso?”, eis uma pergunta costumeira feita para pastores por cristãos inseguros. Ora, onde está a maturidade desse cristão? Um cristão tutelado é um cristão fraco espiritualmente. É normal que um neófito faça essas indagações, mas infelizmente inúmeros cristão “velhos na fé” estão como no leite materno. Um cristão que sempre depende da resposta alheia para agir certamente precisa conhecer melhor a Deus e sua Palavra. Não, não estou defendendo um individualismo daqueles que pensam em viver de modo independente, como numa bolha isolado dos conselhos dos outros (pastores, pais, amigos etc.). Mas não podemos correr para o extremo da completa dependência. Viver é um arte individual. Ninguém poder viver por você. As escolhas não podem ser terceirizadas.

É grave saber que em nome do cuidado muitos pastores querem aprovar ou reprovar namoros ou noivados em suas congregações. É uma interferência indevida. Ou ainda um pastor que determina ou proíbe um divórcio. Cabe o conselho, o ensinamento de princípios, mas nunca uma intervenção como essa. A decisão é pessoal, mesmo que a decisão seja errada. O pai do filho pródigo, mesmo sendo pai, não impediu que o filho saísse de casa.

Caro irmão, o pastor não é o seu pai. Caro pastor, o membro de sua igreja não é o seu filho pequeno para ser tutelado. Que todos nós possamos crescer em maturidade na vida e na liderança. Que o membro não seja infantil na busca de conforto e proteção, quando deveria agir. Que o líder não seja paternalista, querendo ser mais do que realmente foi chamado pelo Senhor Soberano. Que o líder não infantilize ninguém com sua mensagem água com açúcar. Que a igreja seja um lugar onde as pessoas cresçam no dia a dia “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4. 13 ).

Postado por Gutierres Siqueira
teologiapetencostal.com


Um comentário:

  1. Isto tem acontecido muito com pessoas carentes de afetividade. Pessoas que os pais não lhes deram carinho, onde em seus lares os pais se odiavam, vivendo em contendas,espancando os filhos ou ainda em lares de pais separados,onde os pais não se preocupam com os filhos. Mulheres que nunca souberam amar e nem foram amadas. Filhos expulsos de casa por cometerem erros da juventude.Homens frustrados com o amor, traídos, abandonados pelas mulheres. Enfim, uma infinidade de razões para que "certas" pessoas adotem o pastor como pai ou ainda como mãe.Sendo tratados com carinho e atenção pelos pastores e pastoras,confundem as coisas, nunca provaram nenhuma dedicação ou carinho e "acham" que encontraram seu pai adotivo ou sua mãe adotiva... Que engano...
    Paciência, para os pastores e pastoras e misericórdia Senhor para esses filhos adotivos...
    Maria Alice T. Cherém

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